O TÚNEL DA VERDADE

O TÚNEL DA VERDADE

Um mergulho nas letras das manchetes, nos levam a revelar pessoas e imagens capaz de desvendar fatos e mistérios, clareando a escuridão no Túnel da Verdade. Assim, afastado do grupo dirigente pela aposentadoria (dezembro de 1992) minha presença na Varig se dividia em lembranças e alguns contatos, que nunca terminaram.

Ver a derrocada da Varig, foi um momento de aflição, depois lutando em causa própria para a salvação do AERUS. Restou o documento dos fracos, que se tornam fortes – O grito, através da imprensa atraindo o interesse da opinião pública e alguns políticos – Foram armas usadas nesta batalha de vida ou morte.

Para entender bem o processo que levou a Varig a falência com enfrentamento de crises mundiais no setor, com seus reflexos na aviação, políticos fraudulentos, falhas de gestão com ingerência nefasta de governantes, verdadeiros responsáveis pelo drama que alijou profissionais de altíssimo nível de suas funções e esfacelou com uma companhia orgulho dos gaúchos e do Brasil, recorremos a uma varredura total nas matérias jornalísticas da época, capaz de dar subsídios para analisarmos os fatos e revelar nomes, num episódio histórico ainda passível de arraigadas discussões.

Tucaninho se incumbiu desta tarefa analisando a governança dos cinco primeiros ex-presidentes do Brasil, do período democrático depois da era Militar buscando interpretar fatos condizentes com cada época, dentro do seu contexto histórico, voltados aos prejuízos que levaram a extinção da Varig.

VARIG E AS TETAS DO GOVERNO

VARIG E AS TETAS DO GOVERNO

A grande questão – A Varig usou ou foi usada pelos governos brasileiros?

No prólogo do meu livro lanço a pergunta que suscitou debates e discussões acaloradas,-
A Varig viveu mesmo “mamando nas tetas dos governos”? Ou foi usada por eles. Agora, repasso para os meus seguidores a mesma interrogação quase cinco anos após o lançamento do – Berta – Os anos dourados da Varig. O tempo passou, A Varig não existe mais já fazem 15 longos anos, o Aerus ainda é uma dúvida amenizada, mais ainda não resolvida.

Ruben Martin Berta foi um ídolo para todos nós da Varig, especialmente de gente como eu, que teve o privilégio de ser testemunha ocular do seu desempenho e de sentir o magnetismo pessoal da sua figura humana. Falar de Berta é falar da Varig. Pela minha profissão de jornalista, toda dedicada a zelar pela marca que ajudei a construir durante quatro décadas, escrever um livro sobre esta experiência fascinante tornou-se quase uma obsessão.

Ajudado pelas entrevistas que me foram concedidas por figuras históricas, incluindo Otto Ernest Meyer e Ruben Berta. com episódios vivenciados por mim, nasceram perguntas inquietantes que merecem serem interpretadas mais a fundo. De que forma se deu a aproximação com os presidentes brasileiros? Como aconteceu na ditadura? Como foi na democracia? Berta sempre foi fiel aos seus parceiros políticos? E a recíproca foi verdadeira?

Nos momentos de graves crises políticas, os governos sempre encontraram na Varig um parceiro solidário – seja na revolução liberal de 1930,que levou Vargas ao poder; seja no evento da Legalidade com Brizola e João Goulart (episódio que participei quando no CSM (Controle de Serviço da Manutenção, escalando o Caravelle PP-VJC que foi a Montevidéu buscar Jango) ; seja atendendo a determinação de Jânio Quadros para a aquisição da Real em situação falimentar ( sob ameaça da implantação da AEROBRAS); seja pelo controle da Panair. Por ordem de Castelo Branco e Eduardo Gomes, pelos mesmos motivos – falência e administração fraudulenta, sempre com ameaça da AEROBRAS

Meyer e Berta – Do sonho a realidade na conquista do mundo
Berta mostrou o Super Contellation para Juscelino num voo precursor para Europa e América do Norte, nascendo dai uma amizade que resultou na conquista pela Varig do pioneirismo na era do jato.
Jânio dá adeusinho e vai de Varig, deixando legado salgado para Berta com a Real falida e milhares de servidores a ver navios ou aviões.
Troca de sorrisos e distinção de honrarias no governo militar, com a Panair de lambuja

Para chegar aos pés de Berta, Getulio Vargas usava um pequeno estrado (preparado pelo anjo negro) na hora da foto, imagem jamais divulgada. Os releases mostravam olho no olho

 

Na verdade, Berta era considerado o único ficha-limpa da aviação comercial brasileira, razão pela qual todos os governos não hesitavam em buscar socorro. Ele procurava estar sempre ao lado do governo. poder concedente. Fazia política, sem nunca ser politico. Convidado para ocupar elevados cargos públicos jamais aceitou, afirmando que a sua missão na vida era tornar a Varig uma companhia na busca de conquistar o mundo.
Depois da era Berta, continuei tendo participação ativa na administração de Erik de Carvalho, Helio Smidt e Rubel Thomas, O governo democrático montou uma arapuca que merece ser contada num capítulo a parte

A grande pergunta sustenta-se num tópico: A VARIG soube usar as benesses do poder concedente para subsistir, ou os governos serviram-se da Varig buscando resolver seus mais intrincados problemas? Por que, entre todas as congêneres sempre foi ela a única escolhida(seja qual fosse a ideologia vigente) capaz de participar das grandes decisões? Afinal usou ou foi usada? É resposta que transferimos para nossos seguidores

COM BERTA A VARIG NASCEU E CRESCEU CONQUISTANDO O MUNDO.
SEM A PRESENÇA DE BERTA, A VARIG FOI PRESA FÁCIL ENTERRADA VIVA
POR GOVERNOS PERDULÁRIOS NUMA NEGOCIATA MACABRA

 

Gostou desse artigo?

.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

UM GIGANTE DOS ARES SEM INTERVALO COMERCIAL

UM GIGANTE DOS ARES SEM INTERVALO COMERCIAL

Como uma incrível coincidência, descoberta na última hora, fez nascer um programa de televisão único no país, sem intervalos comerciais, apresentando um gigante dos ares, colocando a Varig, mais uma vez, como pioneira, agora, na era Wide-Body (fuselagem larga) no Brasil

Certa tarde, em 1974, recebi a visita de dois grandes profissionais e amigos, Estevam Romano e José Mauricio Pires Alves, da TV Difusora. Eles tinham planos de lançar uma programação divulgando filmes inéditos para assinalar a comemoração dos 10 anos de aniversário da TV propugnando a presença da Varig como participante máster.

Consideravam o prestígio da marca Varig uma garantia de aceitação do público-alvo, além de outros anunciantes, fechando um círculo capaz de viabilizar comercialmente o projeto.

A princípio nada feito. Era necessário revisar a verba e alterar o planejamento de mídia. Entretanto, entre uma conversa e outra, já na hora da despedida, perto da porta de saída, surgiu a pergunta cuja resposta marcaria uma estratégia espetacular de oportunidade, daquelas que descem do céu, num pouso manteiga.

–  E o programa vai ter nome?

O título, até então, inexplicavelmente mantido em sigilo, caia como uma luva – >  “Década de Clássicos no 10”.

O novo jato que estava para chagar diretamente da fábrica. Era um Douglas DC-10, da última geração, pioneiro da era Wide-Body no Brasil,

Máquina que a Varig considerava revolucionária. De imediato solicitei uma nova rodada de cafezinho, pois certamente o bate-papo iria se alongar. Estava feita a ilação. Tudo combinava. Foi quando surgiu a ideia revolucionária

– Que tal passar os filmes sem intervalo comercial?

Houve um instante de perplexidade, que pareceu durar horas.

Varig seria a patrocinadora máster e única, sem inserir comercial. Apenas usaria em determinados momentos, textos institucionais no rodapé, que se movimentavam – DC-10 da VARIG – A maneira mais elegante de voar,; surgindo daí dezenas de apelos institucionais.

Erni Peixoto, nosso diretor regional, fora um dos grandes incentivadores da aquisição dos DC-10, defendendo com muita propriedade na Comissão Especial, as características peculiares da aeronave, com a mais apurada técnica em propulsão, aerodinâmica, e estrutura eletrônica de bordo, assunto que atingia em cheio sua especialidade. Com o seu apoio os trâmites da verba foram resolvidos junto à presidência, a ideia aprovada pelo Adoniram, na Superintendência da Propaganda. Criamos antão um teaser com a marca DC- 10 e o ano de lançamento, assinando com uma frase de expectativa – ESPERE QUE VOCE VAI VER –  para ser divulgado somente na abertura e no encerramento do programa. Na verdade, o jato fabricado pela MC DONNELL DOUGLAS DC-10-30 representou verdadeira joia na constelação de estrelas brilhantes da Varig na conquista do mundo, assunto que esperamos abordar em detalhes oportunamente.

Gostou desse artigo?

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?

Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

AVRO VIROU GAÚHO (2)

AVRO VIROU GAÚHO (2)

Depois de uma longa e vitoriosa jornada desbravando os campos de pouso mais inóspitos do interior, o grande e interminável guerreiro estava preparando a merecida aposentadoria. Berta adorava os DC -3. Era agradecido pelo seu desempenho memorável. Tinha no entanto ciência que estava chegando a hora do descanso.

A dúvida pairava no ar: Qual seria a máquina capaz de lhe dar continuidade ainda com maior carga e eficiência que o momento exigia? A concorrência também pensava de forma semelhante. E corria atrás de uma solução pesquisando e buscando um substituto na altura da necessidade

Era uma preocupação geral. A Vasp chegou no YS_11 Samurai. A Sadia/ Transbrasil escolheu o Dart-Herald. A Varig, por sua vez, ficou com o HS_748. conhecido por Avro. Em abril de 1970, o avião passou a ser exclusivo para o cliente gaúcho.

Idealizando o lançamento em Porto Alegre projeto coordenado pelo diretor de tráfego Alfredo de Sales Oliveira Neto. Na área de marketing foi criada uma estratégia sem similar no estado.

Juntamente com Nelson Jungbluth, participei do trabalho bolando os textos, que incluiria diversos tipos de mídia. O pedido solicitava entre outras coisas, a necessidade de peças criativas e bem elaboradas falando das características da aeronave criando um formato diferenciado que atraísse a atenção do leitor.

Depois de muita conversas, cafezinhos, pesquisas e outras ações veio a lembrança do amor que Berta tinha pelo Rio Grande do Sul, chegando ao ponto de introduzir churrasco a bordo no voo mais nobre da empresa com o Super\Constellation para Nova York.. Eureka! Era a grande sacada .Transformar o Avro num baita CTG, com as meninas vestidas com trajes típicos estilizados, oferecendo a culinária gaúcha apreciada por todos na região.

Berta, de cara, ficaria encantado com a ideia especialmente depois de ver os rabiscos do Nelson e os textos com sotaque dos Pampas, tudo aprovado. As gurias passaram por intenso treinamento, aprendendo, inclusive o linguajar local; pois algumas eram de outras regiões do país. Mas o fundamental ainda faltava. Qual o costureiro que arriscaria fazer a vestimenta, que comportasse. os adereços sendo leve o suficiente para o bom desempenho a bordo, e ainda uma defesa contra o vento minuano que no inverno soprava implacável.

Foi quando surgiu. não sei bem de onde, o Nazaré, com portfólio , capaz de aceitar nossas exigências. Idealizou uma confecção espetacular garantindo premio internacional em concurso na Espanha e considerado o Uniforme do Ano no Rio de Janeiro, entre outras distinções

Uma das vestimentas tinha saia e colete azul, completando o figurino com botas, cinto, blusa e chapéu de couro vermelho com aplicação de metal. Para enfrentar o frio congelante do inverno dos pampas ele idealizou uma manta xadrez, vermelha e azul.

A aeronave oferecia 40 lugares quase o dobro do DC- 3 Cada equipe era formada por três comissárias. O grupo constituído por 18 “prendas” foi treinado pelo comissário Martin Bernsmuller. No final da empreitada ele terminou casando com a mais esperta, chamada Ionilda.

O Avro teve vida curta na Varig, apesar dos bons índices de aproveitamento, saindo de operação em 1975, sendo três acidentados e o restante vendido para empresas no exterior.

Gostou desse artigo?

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com
CONQUISTANDO O GAÚCHO (1)

CONQUISTANDO O GAÚCHO (1)

AVRO VESTIU SAIA, FEZ CHURRASCO E CHIMARRÃO

Estava na hora do adeus ao DC-3. Para substituí-lo a Varig optou pelo HS -748, mais conhecido por AVRO, fabricado na Inglaterra pela Hawker Siddeley. Nos testes exigidos por Berta o avião demonstrou excelente performance – era robusto, com qualidade necessária para pistas não pavimentadas, com mínimo suporte de manutenção em terra. Berta foi magnânimo fazendo encomenda de 10 unidades. O Avro PP-VJN chegou na Varig em 14 de novembro de 1967. Quis o destino que ele já não mais estivesse entre nós.

Em 1970 o avião passou a ser exclusivo para os clientes gaúchos, atendendo as cidades de Porto Alegre, Alegrete, Bagé, Cruz Alta, Livramento, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana – prova de fôlego para a tripulação e de robustez para aeronave A Varig implantou o Credivarig e outras facilidades, o que resultou num acréscimo de 119% no aproveitamento, considerando o ano anterior

Na área de marketing foi criada uma estratégia sem similar no estado.

 

Gostou desse artigo?

.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

Rumo a Copa do Mundo as delegações brasileiras primavam pela elegância no vestir

Rumo a Copa do Mundo as delegações brasileiras primavam pela elegância no vestir

Meyer ensinou – Berta aprendeu

Nos primórdios da aviação brasileira, quando a Varig lutava para levantar voo com o hidroavião Atlântico, Meyer precisava ganhar espaço na imprensa, mas a verba era curta. O São José, de Porto Alegre, havia recebido convite para realizar um jogo na cidade de Pelotas, onde a Varig fazia voo de linha. Era tudo que Meyer queria. Seria novidade numa época em que o medo de voar ainda predominava. Pela escolha dos passageiros seria a certeza de repercussão na mídia, coisa que a Varig precisava. E, acertou na “mosca”.

Este ensinamento de Meyer ficou gravado na mente de Berta. O desenho da história passou como um relâmpago quando muitos anos depois, em 1958, os campeões mundiais retornavam da Suécia. Foram e voltaram num DC-7 da Panair. de prefixo PP-VDM, sendo recebidos de uma forma fantástica pelos torcedores em êxtase. O Brasil todo queria abraçar os seus heróis. A imprensa nacional e o resto do mundo repercutiu a chegada com manchetes espetaculares. A empresa aérea recebeu um diploma de honra ao mérito da CBD pela valiosa colaboração prestada, O episódio representava a integração da Panair com a cultura popular.

O regresso ao Brasil teve como trajeto Recife – Rio – São Paulo. sendo Porto Alegre contemplada dias depois com o retorno de Oreco (craque do Inter) ensejando grande recepção. Ele veio acompanhado de figuras notáveis como Didi e o capitão Belini, sentindo-e a ausência de craques como Pelé e Garrincha. O prefeito Leonel Brizola decretou ponto facultativo. Naquela segunda- feira (14 de julho) o aeroporto Salgado Filho ficou pequeno para receber seus campeões.

Jogadores campeões de 1962.

Do aeroporto a comitiva seguiu em carro aberto até o Estádio Olímpico do Grêmio, sendo recepcionada por mais de 10 mil torcedores vibrantes, por poderem ver de perto seus astros. Berta liberou o pessoal burocrático (eu estava entre eles) e se incorporou as comemorações. Sentindo a importância do evento sentenciou:

– A Seleção Brasileira tem que voar pela Varig.

O colega Waldemar Fonticielha, veterano de 47, assumindo as funções de relações públicas, com mais intimidade junto ao “velho”, afirmou baixinho:

– É, mas a Panair tem a primazia.

Ao que Berta respondeu, falando alto:

– Então vamos comprar a Panair.

A maioria deu um sorrisinho amarelo, mas quem o conhecia um pouco mais, sabia que ele não blefava. Foi, talvez, uma afirmação levada pelo entusiasmo do momento, mas que logo se torno realidade.

O goleiro Manga viajando para a Copa da Inglaterra, campeoníssimo pelo Inter e sua mão milagrosa

A Varig passou a ser a companhia aérea da Seleção Brasileira da Copa de 1962 no Chile até 2006 na Alemanha. Levou e trouxe a Delegação em quatro das cinco conquistas -1962, 1970, 1994 e 2002. Berta e Meyer faleceram no mesmo ano, 1966. Antes, tiveram o sabor de ver seus sonhos realizados.

 

 

A seleção tetracampeã mundial foi transportada até os EUA por um DC-10 da Varig. Na volta, o desembarque aconteceu no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife

 

Na primeira tentativa para o penta, no Mundial da França, a Varig disponibilizou um boeing 737. Naquele ano, a companhia havia apresentado um novo logotipo. Foto: airlines.net

 

Na viagem mais longa já feita pela Seleção Brasileira, para o outro lado do mundo, a Varig utilizou um boeing 767-300. Na Ásia veio o pentacampeonato mundial. Foto: airlines.net

 

Na última viagem da canarinha a bordo da Varig, para a segunda edição na Alemanha, o avião foi um MD-11. Antes de chegar no país da Copa, a festa na intertemporada em Weggis, na Suíça. Foto: forum.contatoradar

 

Gostou desse artigo?
.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

História espetacular exclusiva

História espetacular exclusiva

BERTA E A SELEÇÃO BRASILEIRA

A grande imprensa nacional e pelo mundo assinalou com fartas manchetes a chegada do time brasileiro de futebol, campeão do mundo em 1958, transportado pela Panair. O país todo queria abraçar os seus heróis.
Berta sentiu a importância histórica que um fato dessa natureza representava. Na ocasião sentenciou:

– A Seleção Brasileira tem de voar pela Varig.

Quando alguém segredou:

– É, mas a Panair tem primazia.

O que Berta rebateu numa frase que soava impossível.

– Então vamos comprar a Panair.

Este episódio incrível, do qual fui testemunha, vai revelar como tudo aconteceu e suas repercussões. Como o ensinamento de Meyer com o hidroavião nunca foi esquecido, ganhando uma mídia que jamais podia alcançar com os cofres vazios da pequena Varig. Meyer ensinou. Berta aprendeu.

Gostou desse artigo?
.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

RELÍQUIA HISTÓRICA NO VOO INAUGURAL PARA NOVA YORK

RELÍQUIA HISTÓRICA NO VOO INAUGURAL PARA NOVA YORK

Quando recebeu de Getúlio Vargas, em 1953, a concessão para a linha de Nova York, grande aspiração de Berta, teve inicio uma série de ações concretas capaz de transformar a pequena Varig numa companhia de porte internacional. Afinal, enfrentar uma gigante  como a Panam, era um desafio capaz de desanimar, palavra que não existia no vocabulário daquele que viria a tornar-se o maior líder da aviação comercial brasileira de todos os tempos.

Berta pensava grande e previa o futuro. Ele sempre acompanhou de perto a evolução  da tecnologia aeronáutica mundial nasceu daí a criação da Diretoria de Ensino, destinada a qualificar seu pessoal. Com a EVAER – ( Escola VARIG de Aeronáutica) formava os pilotos. Com a ESVAR ( Escola Senai Varig) os mecânicos. Dedicando ainda atenção especial para os comissários de bordo, então ganhando reforço com a entrada do naipe feminino

RELÍQUIA HISTÓRICA

Uma tradição seguida à risca beneficiou Otto Meyer, no primeiro voo para Nova York, com o Super Constellation PP- VDA. em 1955. Quando a aeronave cruzava a linha de passagem do Equador os membros da tripulação ofereciam aos passageiros (como se tornaria praxe) o Certificado de Batismo – rito equivalente quando da primeira travessia que alguém faz no  Círculo Polar Ártico.

O documento original, verdadeira relíquia histórica, foi descoberto no arquivo pessoal de Meyer liberado pela família quando da preparação do livro Berta Os Anos Dourados da Varig. Representava um momento de atenção e congraçamento premeditado para assinalar o evento com uma lembrança eterna de um momento mágico, especialmente para quem,  pela primeira vez, participava de um voo internacional pelas asas da Varig

Na época, Otto Meyer já era membro do Conselho Administrativo da Varig, desde 1948, quando retornou aos quadros da empresa, após o término do conflito mundial. Posteriormente, dez anos depois, foi guindado a presidência deste mesmo Conselho, função que ocupou até sua morte, em 1966, ano em que também Ruben Berta veio a falecer.

A grande dúvida reside no fato de Meyer, o grande idealizador e fundador da Varig, jamais ter postulado o cargo de presidente da companhia como normalmente deveria reivindicar. Àqueles que leram o livro encontraram a resposta, até agora aceita sem restrições, mas que poderá ser contestada quando debatermos o assunto pelo nosso Blog ( ou quando decidir ter  esta obra premiada – já esgotada nas livrarias em 2ª edição, nas próprias mãos).

.

Textos novos no blog todas as 2ª/ 4ª/ 6ª-feiras. Durante a semana poderá ter intervenção do Variguinho/Tucaninho com Pitacos na 3ª/5ª-feira.
.
Gostou desse artigo?
.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

CERTIFICADO DE BATISMO COM O SUPER CONSTELLATION

CERTIFICADO DE BATISMO COM O SUPER CONSTELLATION

Em 1955, o primeiro voo da Varig para Nova York, feito pelo Super Constellation PP -VDA, ficou marcado pela tradição de uma cerimônia que contemplava os passageiros com Certificado de Batismo, da travessia na linha de passagem do Equador. O raro documento, belíssimo, entregue a Otto Meyer, presente neste voo histórico, foi resgatado do seu arquivo pessoal, liberado pela família durante investigação para o livro Berta Os Anos Dourados da Varig .
Na matéria, é levantada uma questão fundamental na história da Varig, versando sobre a atuação de Meyer após sua volta com o término da 2ª Guerra Mundial, repleta de interrogações e muitos Por que ? até hoje coberto por uma nuvem cinza.

AMANHÃ

UM FATO HISTÓRICO E MUITAS INTERROGAÇÕES

VALE A PENA CONFERIR !

 

Textos novos no blog todas as 2ª/ 4ª/ 6ª-feiras. Durante a semana poderá ter intervenção do Variguinho/Tucaninho com Pitacos na 3ª/5ª-feira.
.
Gostou desse artigo?
.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com

OS ANÚNCIOS MÚTUOS E A REVOLUÇÃO LIBERAL

OS ANÚNCIOS MÚTUOS E A REVOLUÇÃO LIBERAL

Dentro dos planos de Meyer a fusão com a Condor eram favas contadas, nascendo daí uma nova empresa com outro nome e outra sigla – como ficara acertado com a Lufhansa em Berlim. Meyer tinha convicção de que jamais poderia levar avante seus planos, sem contar com a experiência, infraestrutura técnica e financeira de um parceiro internacional.


O período em que a fusão estava sendo costurada foi marcado pela realização de voos conjuntos onde as marcas Varig – Condor assinavam peças criativas, dando a entender que tudo caminhava para um final feliz. Realçando a chamada – Serviço Mutuo – apareciam os logotipos das duas empresas enfatizando segurança, regularidade, economia e simplicidade.

O assunto vai ser abordado mais tarde com detalhes em nosso Blog, contando a participação secreta de Meyer com Oswaldo Aranha, nas entrelinhas da Revolução Liberal e seu engajamento, levando o Governo do Estado a assumir o controle acionário da empresa com frota própria, fato considerado estratégico para a causa. A Varig devolveu os hidroaviões para a Condor e passou a focar suas atividades nos aviões terrestres, recebendo o apoio das cidades do interior gaúcho na preparação dos campos de pouso.

 

Textos novos no blog todas as 2ª/ 4ª/ 6ª-feiras. Durante a semana poderá ter intervenção do Variguinho/Tucaninho com Pitacos na 3ª/5ª-feira.
.
Gostou desse artigo?
.

Gostaria de saber mais, dar sugestões, elogiar, criticar ou contar uma história sua com a Varig?
Mande email para: agrandefamiliavarig@gmail.com