FERNANDO PINTO E A RIO-SUL – O COMEÇO DE TUDO
ASSUMIR A PRESIDÊNCIA DA RIO-SUL E DEPOIS DA VARIG, ERA COMO ABRIR UMA ” CAIXINHA DE SURPRESAS”
A presidência da VARIG para Fernando Pinto, na ocasião, veio juntar-se ao sucesso da RIO-SUL que lhe abriu as portas para uma carreira meteórica, como uma caixinha de surpresas, considerando as proporções de uma regional e outra gigante internacional – Indicação partiu de Walterson Fontoura Caravajal, presidente do Conselho da Varig, bem como do engenheiro Araujo , emprestando total apoio. – (Caravajal, na crise da Varig, foi o primeiro a pedir a cabeça do presidente, que ele havia indicado) O convite me pegou de surpresa. contou ele – “Olha, quando entrei na RIO – SUL estava apenas preocupado em fazer meu trabalho recebendo a missão numa novidade considerada incognita” De diretor técnico à presidência da RIO-SUL, em 92, sucedendo a Humberto Costa, foi consequência de uma atuação surpreendente, deixando escancarada a capacidade de liderança e inovação. Segundo declarações posteriores, (Jetesete) ele revelou – “Não tinha nenhuma expectativa em assumir o cargo máximo tanto na RIO-SUL, quanto na VARIG – nesta última, mesmo sabendo que iria encontrar dificuldades em “clima de guerra”.
Em relação à VARIG, era uma empresa menor, mais ágil, onde pode colocar em prática alguns dos conceitos que havia aprendido quando do estágio na Airbus Industrie, para acompanhar o desenvolvimento da fabricação do A-300 experiência que lhe oportunizava chefiar a divisão de motores no Rio de Janeiro – assumindo a direção técnica e dai a presidência da RIO – _SUL Representava atestado da sua capacidade capaz de transformar uma companhia menor, criada por imposição governamental do SITAR para regularizar o transporte aéreo regional, fazendo a empresa alcançar excelência, atingindo o ápice no inicio dos anos 2000 levando a assinatura de Pinto, quando já se afastando, então para presidir a TAP, ao tempo que a VARIG era consumida pela má gestão do seu substituto, cercado por dificuldades, após uma reestruturação confusa na Fundação Ruben Berta.
Pinto, revelou a imprensa, que pela primeira vez as rotas do interior do Estado passaram a ser lucrativas, resultado jamais alcançado em qualquer instância, valorizando empresa regional, algo impensável nesse tipo de tráfico”. Com a chegada dos jatos Boeing 737-500 nos aeroportos centrais, “passamos a ganhar muito dinheiro, chegando a um lucro que ultrapassava de 20% sobre o faturamento” garantia ele. Junto a isso, Fernando Pinto lançava as raízes do que seria sua “bíblia”rezada em cada oração, sempre que enfrentava certo tipo de dificuldade” – 5 LIÇÕES PARA SALVAR UMA EMPRESA EM CRISE que buscou aplicar na VARIG, sendo impedido no meio do caminho.
No comando da RIO-SUL, Fernando Pinto empreendeu verdadeira revolução, que foi desde mudança na frota, incluindo o novo o Fokker 50, turboélice da fábrica holandesa numa edição especial para atender a demanda crescente do mercado, com avançado logotipo e pintura moderna nas aeronaves. Para enfrentar a concorrência da TAM, usou os jatos Boeing – 500. Fez completa remodelação na configuração da cabine de passageiros, passando dos 133 para 108 assentos, gerando comodidade única que conquistava clientes (estratégia de Berta, quando lançou o Super Constellation na rota de Nova York, derrotando a PANAM)
Em Porto Alegre, no inicio das atividades, com o Bandeirantes, da Embraer, manteve sua estrutura técnica de manutenção em amplo hangar, dirigida pelo inspetor Ademar Felippe, cedido pela Varig, enquanto nosso grupo da Propaganda realizava uma eficiente campanha de comunicação e marketing. Era desempenho conjunto que dava fruto. Entretanto, em 2004, em plena crise, a VARIG absolveu a RIO_- SUL resultando dois anos depois na sua exclusão, quando da falência da Varig, num episódio lamentável marcando um dia negro para a história da nossa aviação comercial.