OS 25 ANOS DA VARIG
BODAS DE PRATA FOI ANO DE OURO PARA A VARIG
Berta era presidente de fachada para o público externo, até que o milagre aconteceu.
1952 – Ano rico para a Varig, mas… coisas estranhas ocorreram.
Berta, que se auto elegera presidente, ao criar a Fundação dos Funcionários, era contestado pela cúpula pioneira da empresa, que esperava pelo retorno de Meyer – coisa que nunca aconteceu. Quando comemorou seus 25 anos de fundação a Varig viveu momentos de euforia e revelação de segredos de economia interna até então marcados pelo sigilo, vieram à tona. – Uma foto incrível guardada a sete-chaves nos arquivos de Meyer – ao qual tive acesso por concessão da família – revelava por si só uma verdade jamais concebida com relação a situação desconfortável vivida por Berta, quando presidente da Varig
Em posição de honra figuravam comodamente instalados, personagens da época pioneira da empresa, entre eles Otto Meyer, ainda carregando a pecha dos resquícios da guerra que o afastariam para sempre da direção da Varig. O fato notório revelava a permanência de Berta na última coluna, (também pioneiro histórico) junto com os colaboradores comuns, num sinal de desprezo ao fato de ser o presidente legitimo da Varig, sendo ignorado, numa situação de constrangimento absurda, não considerada.
Berta respondeu com trabalho incansável e uma estratégia avançada equivalente as mais modernas cabeças pensantes da época.. O grande momento andava em passos largos para uma realidade que a Varig sonhava – ampliar seus voos para rota internacional de longos trajetos. Foi um presente dado por Getúlio Vargas, considerado a última gauchada do presidente, que Berta teve muito a ver com isso.
A Varig era então, praticamente, uma companhia regional com um único destino no exterior chegando ao Uruguai e Argentina, vivendo com um futuro incerto. Voar para Nova York era um presente caído dos céus que ultrapassava qualquer vantagem. .Getúlio definiu com autoridade (talvez mesmo não acreditando que milagre acontecesse) o pouco tempo disponível (dois anos) obrigando Berta a fazer o impossível acontecer. O relacionamento de Vargas com Berta cresceu quando isolado na granja de Itu, recebeu inúmeras visitas do homem da Varig, discutindo com ele o futuro da aviação comercial, na certeza de que Getúlio voltaria a comandar o Pais.
Mas, já no mesmo ano, a foto mudou de cara – Respaldado por Getúlio Vargas, Berta conseguiu tornar um sonho acalentado, numa realidade palpável. Porém, muita coisa inimaginável, até então, deveria ser feita – e tudo tinha tempo certo para começar e terminar. O governo precisava ter um representante imediato para colocar novamente a bandeira do Brasil no topo do mastro em grandes trajetos internacionais – até então, cobrindo apenas os países vizinhos da Argentina e Uruguai.
Berta dispunha de apenas 2 anos para transformar a empresa regional num gigante internacional e com isso dar uma demonstração de força que faltava para ser aceito como líder absoluto, sem contestação. Foi o pulo do gato. Assumiu realmente sua posição de presidente, fazendo o milagre acontecer e se multiplicar, alcançando o patamar de liderança – varrendo aquela ideia que era apenas o guri prestigiado por Meyer.
O resultado já é de conhecimento geral – Berta cumpriu todos os requisitos. Em 54 o Caravelle incorporou a linha cobiçada de Nova York, dando à Varig o pioneirismo do jato, fazendo cumprir ao mesmo tempo a palavra empenhada com o presidente brasileiro – que, infelizmente, no mesmo ano, nos deixou na saudade, numa ausência sentida incapaz de testemunhar o sucesso do amigo.. Depois, com o Super Costellation, Berta foi apresentado ao mundo, consagrando sua imagem como uma figura exponencial da humanidade,