FOTÓGRAFO  “DAS ARÁBIAS”

FOTÓGRAFO  “DAS ARÁBIAS”

 

 A HISTÓRIA DA VARIG E SEU “FILHO ADOTIVO”

Dando presença na Reunião do Colégio Deliberante, em Porto Alegre, por nossa convocação, o fotografo pela primeira vez foi fotografado, invertendo-se os papéis. Na foto ele aparece, na esquerda ( de óculos), confraternizando com o pessoal da Superintendência de Propaganda do Rio de Janeiro – ao lado de Orlando Machado, fotografo da presidência, Mario, e na outra ponta, Fernando Hupsel, do serviço de imprensa. Salomão Platcheck era um fotografo ” freelancer” que usávamos para cobrir eventos e outros tipos de emergência, que surgiam no improviso. Quando a empreitada era urgente alguém da turma gritava : – “Chama o Salomão! ele vinha com a velocidade do jato, dispensando qualquer outro compromisso Tornou-se, assim, uma figura conhecida e estimada pela sua integração ao nosso grupo A popularidade dele era tão grande, que começou a ser requisitado, também, para os eventos sociais da Fundação Gefuvar, incluindo casamentos, batizados dos funcionários, ingressando de vez como membro atuante da grande Família Varig, aqui no Sul

 Na mesma época de Jean Mazzon e Orlando Machado, outro fotógrafo fez sucesso como “freelancer”, trabalhando em Porto Alegre, para a Varig – Salomão Platcheck tornando-se colaborador incansável do setor de Propaganda. Ele estava sempre disponível para atender qualquer chamada, dando prioridade  para o meu grito, sempre de última hora, não importando  a distância, o dia e a hora. Certa vez, conta a lenda, foi-lhe dada a incumbência de fotografar o Parque de Manutenção. Desejando produzir um trabalho de alto nível, com ângulos inéditos, ele sugeriu uma cobertura aérea. Prontamente, impressionados com seu  profissionalismo, conseguimos liberar um dos aviões monomotor da EVAER, que  sobrevoou um bom tempo sobre a área escolhida.

 O dia estava lindo, ensolarado. O céu azul de brigadeiro montava o cenário ideal para o êxito do trabalho.- Salomão e sua máquina (Roleiflex) pronta para disparar  a  bordo. No pouso ele  vibrava, na certeza de ter cumprido com êxito sua missão, compensando toda a logística envolvida.  Na verdade, o resultado nunca apareceu. O comentário maldoso era de que ele havia esquecido de colocar o filme na máquina – incapaz de fazer milagres sozinha. Mas o mais provável era de que na hora da revelação o filme tenha sido velado, coisa nunca esclarecida, obrigando o fotógrafo “fajuto” a subir em escadas, escalar paredes, para do alto conseguir, finalmente, o melhor  ângulo para sua obra de arte.

 Brincadeiras a parte, Salomão foi um colaborador prestimoso ajudando a Varig  manter um arquivo histórico, deixando gravado para a posteridade momentos  importantes, por mais de uma década. Ele ficou conhecido pela descontração –  na ânsia de levar avante sua missão, quebrava o protocolo, caso necessário. Fazia as personagens envolvidas repetirem os gestos, quando na solenidade do corte de fita simbólica, sem a menor cerimônia, parando o evento, dando ordens, que eram seguidas sem pestanejar – todos queriam sair bem na foto, considerando o Salomão um mestre  na missão de fotogravar todos sorrindo, num ambiente de felicidade total.

 Salomão Platcheck, prestou seus serviços na Varig desde os tempos de Berta, de quem recebia benesses e carinhosa e respeitosamente chamava de “velho” integrado, como todos nós, na “grande família Varig,” considerando-se filho adotivo.

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