OZIRES SILVA E A VARIG

OZIRES SILVA E A VARIG

OZIRES SILVA – UM TIRO NO PÉ QUE MATOU A VARIG

  

 COM A ESCOLHA ESTRAMBÓLICA DE OZIRES SILVA  VARIG ACABOU DANDO UM TIRO NO PRÓPRIO PÉ, PASSANDO PARA TAM O DOMINIO DOS ARES.

Em 2000, já presidente da Varig, Ozires Silva recebeu a visita de Dilma Rousseff, então personagem  pouco conhecida no Partido dos trabalhadores, pedindo apoio da Varig , escutando um sonoro NÃO –  (era o começo do fim) A empresa não tinha dinheiro  e vivia uma crise difícil de ser contornada.. Em situação semelhante, também sem dinheiro vivo, Berta contornava a situação oferecendo dois aviões DC-3 com tripulação e combustível, especialmente  preparados  com novo tipo de configuração de cabine, incluindo poltronas – leito, desde as refregas  entre Getúlio e Eduardo Gomes. somando pontos capaz de agradar gregos e troianos.

Sem ninguém com cacife para socorrer a Varig, em seu próprio meio, a solução era buscar um nome  tradicional, carimbado, capaz de ter acesso  as grandes tramoias políticas, ganhando um tempo que cada vez sufocava mais. e a Fundação não ajudava . A escolha de Ozires Silva  caia como um luva, Ele mantinha um currículo impressionante – Cerca de 50 condecorações nacionais e internacionais atestavam sua passagem  fantástica no setor aéreo brasileiro e internacional  – sendo nome  consagrado e respeitado, com ampla penetração em qualquer governo. Na área industrial fora fundador e presidente da Embraer,  primeira fabrica de aviões no Brasil, convencendo o presidente Costa e Silva, no Regime militar, da importância estratégica que tal  evento traria no desenvolvimento  avançado da Nação..

Na época, FHC  governava o Brasil pela segunda vez consecutiva (derrotando Lula  nas duas eleições.) O  governo tinha como ministro do desenvolvimento e indústria, Alcides Lopes Tápia (amigo pessoal de Ozires) que era quem definia a ajuda às empresas de aviação a criar uma nova política para o setor – inclua aí um Plano de ajuda para salvar a Varig, coisa fundamental para escolha de Ozires Silva, assumir a presidência  da companhia – abrindo um espaço de diálogo e participação, até então afanosamente perseguido –  mas, parecia que tudo conspirava. No meio do caminho, Ozires foi surpreendido com uma notícia desagradável – Fernando Henrique anunciava que o Plano de Ajuda estava suspenso e tudo o que fora feito, ate então, não podia mais ser levado em consideração.

A Varig apoiou vencedores ignorando Lula da Silva, deixando campo aberto para  a atenta TAM preencher os  espaços  liberados para uma decolagem perfeita, de quem aguardava o momento certo para dar o bote. O  sucesso da Varig em nome de um Brasil grande, no tempo da ditadura militar, engasgava figuras como Lula, Dilma, Antônio Palocci e José Dirceu.
Fernando Henrique e o Plano para salvar a Varig
Havia um compromisso tácito de transferir para a TAM o comando da aviação no País e acabar com o mito Varig. Quando eleito, .em três anos de campanha,, a TAM transportou Lula para 89 cidades, fez 108 comicios e permaneceu cerca de 200 horas voando dentro de um avião da TAM, coberto de regalias. Daniel , Mandeli  presidente da Companhia ( sucedendo a Rolim Amaro) e José Dirceu, tornaram-se amigos íntimos resultando daí uma trama urdida capaz de transformar a Varig gigante, num arremedo. Questionado como resolver o problema da Varig, Zé Dirceu respondeu – “A saída da Varig e a fusão com a TAM ficando com 97 por cento de participação acionária, deixando os restantes 3 por cento para a Varig. É a única solução para uma empresa quebrada”
Lula recebeu da TAM o apoio que a Varig desdenhou. Passou a ser transportadora oficial do PT durante as campanhas presidenciais que seguiram -se
Na verdade, o ingresso de Ozires Silva no comando da Varig, com apoio de FHC, tinha fechado as portas para qualquer dialogo futuro. A   direção da Varig (alguns dos seus membros) ingenuamente, chegou a comemorar a vitória de Lula, considerando o PT  um partido de trabalhadores incapaz de aceitar sem restrições, o desemprego de milhares de funcionários, na sua maioria especializados em técnicas profissionais do mais elevado nível – mas o governo de Lula preferia “falar como o diabo” do que dialogar com o pessoal da Varig, que lhe negara apoio e cujo presidente era estrela brilhante de um governo militar marcado pela ditadura.
Presidente comemorando a vitória à sua maneira
Brizola afirmava em praça pública; ” O ministro – chefe da casa civil participa de uma negociata para beneficiar a TAM e manipular o presidente Lula.  Dilma,  então ministra de energia, foi contra qualquer tipo de acordo e passou a cobrar  o combustível de forma antecipada. Aviões da Varig impossibilitados de levantar voo ficaram em terra. O resto todos já  sabem.  Por sua vez, Ozires Silva, não tinha mais nada a ver com o novo governo e sua presença tirava qualquer possibilidade de algum acerto.  A decisão de mudar a presidência da Varig partiu do Conselho  Curador da Fundação Ruben Berta ( 87% do capital votante) O maior desentendimento de Ozires ocorreu com Yutaka Imagawa, presidente da Fundação, ocasionando demissão do cargo.
Sua atuação no comando da Varig foi medíocre. Na história da aviação mundial ele ficou conhecido como ” O HOMEM QUE CONVENCEU UM  PRESIDENTE DE QUE O BRASIL PRECISAVA FABRICAR AVIÕES “

OZIRES SILVA COMPLETA 90 ANOS E RECEBE COMANDA

Lenda da aviação, fundador da EMBRAER, Ozires Silva foi para a Varig um sonho de verão.

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