FERNANDO PINTO E A RIO-SUL – O COMEÇO DE TUDO

FERNANDO PINTO E A RIO-SUL – O COMEÇO DE TUDO

ASSUMIR A PRESIDÊNCIA  DA RIO-SUL E DEPOIS DA VARIG, ERA COMO  ABRIR UMA ” CAIXINHA DE SURPRESAS”

A modernização da frota, com a aquisição dos jatos, deu a RIO-SUL projeção nacional,  competindo com a própria Varig, alcançando  lucros jamais contabilizados na rota do interior, tornando a figura de  Fernando Pinto, líder incontestável. A empresa foi fundada pela Varig e Top Taxí Aéreo  (24/08/76) atendendo determinação do governo para regularizar o sistema de aviação regional no País”.

A presidência da VARIG para Fernando Pinto, na ocasião, veio juntar-se ao sucesso da RIO-SUL que lhe abriu as portas para uma carreira meteórica, como uma caixinha de surpresas, considerando as proporções de uma regional e outra gigante internacional – Indicação  partiu de Walterson Fontoura Caravajal, presidente do Conselho da Varig, bem como do engenheiro Araujo , emprestando  total apoio.  – (Caravajal, na crise da Varig, foi o primeiro a pedir a cabeça do presidente, que ele havia indicado) O convite me pegou de surpresa. contou ele –  “Olha, quando entrei na RIO – SUL estava apenas preocupado em fazer meu trabalho recebendo a missão  numa novidade considerada incognita” De diretor técnico à presidência da RIO-SUL, em 92, sucedendo a Humberto Costa, foi consequência de uma atuação surpreendente, deixando escancarada a capacidade de liderança e inovação. Segundo declarações posteriores,  (Jetesete) ele revelou – “Não tinha nenhuma expectativa em assumir o cargo máximo tanto  na RIO-SUL, quanto na VARIG –  nesta última, mesmo sabendo que iria encontrar dificuldades em “clima de guerra”.

Em relação à VARIG, era uma empresa menor,  mais ágil, onde pode colocar em prática alguns dos conceitos que havia aprendido quando do estágio  na Airbus Industrie, para acompanhar o desenvolvimento da fabricação do A-300  experiência que lhe oportunizava chefiar  a divisão de motores no Rio de Janeiro – assumindo a direção técnica  e dai a presidência da RIO – _SUL  Representava atestado da sua capacidade  capaz de transformar uma companhia menor,  criada por imposição governamental do SITAR para regularizar o transporte aéreo regional,  fazendo a empresa alcançar excelência, atingindo o ápice no inicio dos anos 2000  levando a assinatura de Pinto, quando já se afastando, então para presidir a TAP, ao tempo que a  VARIG era consumida pela má gestão do seu substituto, cercado por dificuldades, após uma reestruturação confusa na Fundação Ruben Berta.

Pinto, revelou a imprensa,  que pela primeira  vez as rotas do interior do Estado passaram a ser  lucrativas, resultado  jamais alcançado em qualquer instância, valorizando empresa regional, algo  impensável nesse tipo de tráfico”. Com a chegada dos jatos Boeing 737-500 nos aeroportos centrais, “passamos a ganhar muito dinheiro,  chegando a um lucro que  ultrapassava de 20% sobre o faturamento” garantia ele.  Junto a isso,  Fernando Pinto lançava as raízes do que seria sua “bíblia”rezada em cada oração, sempre que enfrentava certo tipo de dificuldade”  –  5  LIÇÕES PARA SALVAR UMA EMPRESA EM CRISE que buscou aplicar na VARIG, sendo impedido no meio do caminho.

No  comando da RIO-SUL, Fernando Pinto empreendeu verdadeira  revolução, que foi desde mudança  na frota, incluindo o novo  o Fokker  50, turboélice da fábrica holandesa numa edição especial para atender a demanda crescente do mercado, com  avançado logotipo e pintura  moderna nas aeronaves.  Para enfrentar a concorrência da TAM, usou os jatos Boeing – 500. Fez completa remodelação  na configuração da cabine de passageiros, passando dos 133  para 108 assentos, gerando comodidade única que conquistava clientes  (estratégia de Berta, quando lançou o Super Constellation na rota de Nova York, derrotando a PANAM)

Em Porto Alegre, no inicio das atividades,  com o Bandeirantes, da Embraer, manteve sua estrutura técnica de manutenção em amplo hangar, dirigida pelo inspetor  Ademar Felippe, cedido  pela Varig, enquanto nosso grupo da Propaganda realizava uma eficiente campanha  de comunicação e marketing. Era desempenho conjunto  que dava fruto.  Entretanto, em 2004, em plena crise, a VARIG  absolveu a RIO_- SUL resultando dois anos depois  na sua exclusão, quando da falência da Varig, num episódio lamentável  marcando um dia negro para a história da nossa aviação comercial.

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