COMO E PORQUE NASCEU A IDEIA DO MUSEU VARIG

COMO E PORQUE NASCEU A IDEIA DO MUSEU VARIG

UM PAÍS SEM MEMÓRIA É UM PAIS SEM FUTURO

Frase lapidar passada por Meyer, forjou minha trajetória na Varig e abriu caminho para um grande desafio.

A reabertura do Museu ao completar 19 anos de fundação para reformas e ampliação do acervo catalogou o Museu como um dos mais importantes da América Latina

Quando editava a revista Rosa dos Ventos –  fazia tudo sozinho –  valendo-me das comemorações dos 40 anos da Varig, tive oportunidade de entrevistar colegas que viveram os anos pioneiros da companhia, com relatos fascinantes, certamente desconhecidos pela grande maioria do nosso pessoal. e da própria mídia em geral. Nasceu daí  o Suplemento –HISTÓRIA DE UMA UTOPIA – ( local de lugar ou estado ideal de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos)   –    que logo ganhou a adesão dos leitores, exigindo uma tiragem ampliada. Empolgado pelo sucesso, passei a criar asas, na busca de personalidades, incluindo o grande fundador da Varig, Otto Ernest Meyer, que entrevistei varias vezes  recebido em seu apartamento.  Nem Meyer nem Berta chegaram a usufruir de suas  façanhas, eternizadas em Museu Histórico.

 

 A  época pioneira esta ali, escondida, fugindo dos meus dedos pronta para ser contada. Senti que algo de grandioso precisava ser construído. Nasceu então a ideia do Museu da Varig para perpetuar o passado e dar continuidade ao futuro. O projeto ganhou forma. Dificuldades enfrentadas e vencidas. Um acervo logo catalogado recebeu incrível adesão. O cenário estava montado com os protagonistas prontos para assumirem a verdade histórica –  e minha caneta com tinta suficiente para escrever uma Epopeia.

Fita simbólica

A inauguração do Museu Varig  aconteceu no dia 18 de outubro de 1971. Ao ato compareceram vários diretores inclusive o atual presidente Erik de Carvalho que deu amplo apoio ao evento. A fita simbólica foi desatada por Carlos Maria Bins e Adroaldo Mesquita da Costa. Na oportunidade, Erni Paixoto, diretor regional, um dos grandes incentivadores da obra, fez histórico discurso. No mesmo dia o Museu sediado num pavilhão junto ao  Parque de Manutenção em Porto Alegre, abriu para visitação, emocionando os funcionários. Era uma tarefa insana. Na época, então  gerente regional de propaganda e marketing, tinha uma equipe de colaboradores enxuta, considerando o tamanho da empreitada, mas apaixonada pelo que fazia, capaz de viver a Varig de corpo e alma – Adilio Inácio, Argenor Moraes, Neusa Rocha, Edson Silva e depois Lidia Marques e o pessoal de silkscrin ligado ao setor, com mais cinco colegas, liderado por Nilo Jungblut Era um produto novo que a nossa capacidade criativa precisava digerir. Dividimos o espaço em módulos. Antes, porem, já na parte fronteira, o visitante  se empolgava ao  conhecer um veterano DC-3, conservado novinho em folha, graças ao apoio do pessoal da manutenção, que trabalhava nas horas de folga num mutirão em que todos queriam dar sua parcela de contribuição, sem pensar em remuneração. No seu interior mantido intacto  os visitantes sentavam-se nas poltronas relembrando antigos sonhos. As crianças adentravam a cabine de comando e davam uma de piloto,

Planador Gaivota

Logo na entrada, a direita, existia a Galeria dos Ex-Presidentes, onde ficavam documentos e objetos pessoais, além de uma grande foto de cada um, com dados biográficos. Comandando o espetáculo, usando um sistema elétrico, movimentavam-se em rotação o planador Gaivota e um outro sem registro construído na Varig Aéreo Esporte. Suspensos, estrategicamente no teto eles se mostravam com suas asas longas, parte integrante e viva da história da época do pioneirismo da empresa. Especialmente convidados os colégios da capital e do interior do Estado, passaram a colocar durante os dias de visitação ao Museu, como item de cultura geral, incluindo como matéria de  redação sobre o tema. da visitação, recebendo como atração distribuição de brindes da Varig aos cinco primeiros colocados, segundo definição da escola. A adesão foi significativa, batendo recordes de presença.

crianças de colégio brincando em frente ao Museu com professora

Numa ampla vitrine existiam manequins com fardamentos de tripulantes desde a época pioneira, bem como uniformes de comissários e comissárias, quando a Varig passou a voar para Nova York, além de cardápios e amostras de “menu” servidos a bordo. O setor de propaganda desfilava cartazes e posters antigos, bem como magnifica coleção de anúncios de campanhas promocionais, incluindo-se uma valiosa coleção de selos e flâmulas da Varig

Mesmo enfrentando extensas filas o Museu recebia milhares de visitantes (30 mil, na semana do Portões Abertos) ansiosos em conhecer as novas instalações e o acervo que se completava.

Quase na saída foi montado um mocape autêntico de Boeing – 707, onde os visitantes podiam sentar e apreciar filmes sobre a história da Varig e demonstração dos aviões que compuseram a frota, desde o hidroavião Atlântico ( maquete) até os mais insinuantes jatos, levando a nítida sensação de terem vivido uma viagem inesquecível através do tempo, num resumo de outras espetaculares situações do que foi considerado uma das mais importantes mostras da história da aviação comercial de todos os tempos. Na saída havia entrega de um folder sobre o Museu, quando os visitantes eram convidados a dar suas impressões no livro de presença sobre a visitação.

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