GRÊMIO E CAXIAS NO ACIDENTE DA TAM
O MILAGRE DE ESTAREM VIVOS
Quando Grêmio e Caxias assumem o protagonismo do futebol gaúcho vale lembrar um episódio histórico envolvendo as duas equipes que emocionou o Brasil e o Mundo.
Os jogadores não acreditavam no milagre de estarem vivos, lamentando a sorte daqueles que ocuparam seus lugares. A troca da rota para Brasília salvou o Grêmio de um final macabro.
Grêmio e Caxias reviveram do susto que levaram escapando por contingência do destino de uma morte cruel, consumada pelo fogo do maior desastre que ceifou vidas queridas da sociedade rio-grandense, entre outros, deixando uma lacuna difícil de ser suprida.. A noticia que as delegações do Grêmio e do Caxias eram passageiros do voo da TAM destruído no aeroporto de Congonhas causou consternação total ,especialmente no Rio Grande do Sul, (172 gaúchos a bordo), deixando apreensivos uma legião de torcedores e a população em geral, naquele que foi um dos maiores acidentes de aviação comercial no pais.. O jato da TAM, no voo 3054, em 2007, levando a equipe do Grêmio de Porto Alegre até São Paulo, (era a versão) saíra da pista e explodira no aeroporto de Guarulhos matando todos os seus ocupantes (187) A noticia corria de boca em boca e a televisão confirmava, mostrando cenas como se inferno de Dante estivesse presente.
O fogo devorava tudo e a todos. Era uma catástrofe inimaginável e o pessoal da TAM, tomado pelo pânico, não conseguia liberar a lista dos passageiros, O mau tempo dominava o ambiente com chuva torrencial inundando a pista, causando atraso nos voos e cancelamentos, notícias que já começavam a inibir o grupo, causando stress emocional desnecessário e prejudicial ao comportamento psicológico da equipe, fato que gerou uma série de especulações O treinador Mano Meneses era o mais inconformado com a situação, que se apresentava em São Paulo. Na véspera surgiu a notícia inesperada (salvadora) avisando da impossibilidade de acomodar todo o grupo oferecendo o remanejamento para a capital federal no voo JJ 3764,às 16 horas com conexão imediata para a capital Goiás. Era o destino desejado pelo Grêmio onde enfrentaria na quinta-feira a partida Goiás(0) x Grêmio (0) no estádio Serra Dourada, pelo campeonato nacional.
Em Congonhas era comentário geral que a delegação do Grêmio havia embarcado no voo em Porto Alegre, posição complicada pela negativa da TAM em fornecer qualquer listagem oficial dos passageiros, (o que viria ocorrer somente na madrugada do dia seguinte).. Entre as vitimas encontravam -se dezenas de figuras notáveis da sociedade gaúcha – deputado federal Júlio Redecker, o ex-presidente do Internacional, Paulo Roberto Amorety Souza, João Roberto Brito, diretor geral do SBT, em Porto Alegre, e o gerente regional da TAM, no Estado, Marco Antônio da Silva, meu fraternal amigo desde os tempos da VARIG, quando mesmo sendo concorrentes mantínhamos relações cordiais, em defesa do sistema que éramos responsáveis. Ele acabara de ser nomeado superintendente da TAM, transferido para São Paulo, depois de 11 anos servindo os gaúchos. Eu fui ao seu encontro para desejar felicidade num forte abraço que o destino reservava para ser o derradeiro.
Outro amigo meu e companheiro jubilado da Varig, comandante João Stepanski, veterano com milhares de horas voadas, passava momentos de grande angustia, com a possível perda de seu neto, tripulante da TAM, cujo corpo não era identificado, bem como não constava na lista da empresa – Somente alguns dias depois foi revelado sua identidade – em vídeo do aeroporto onde Marcos Stepanski Jr. aparecia na escada de embarque do avião. Ele havia viajado na condição “não operante” na cabine da tripulação. Em São Paulo tinha hora marcada para realizar o sonho de sua carreira – exames na aprovação para comandar o gigante Airbus, o mesmo que lhe tirou a vida..
EMOÇÃO TOMOU CONTA DO TIME DO CAXIAS
Incrédulos eles confessavam – “Nós poderíamos ser vitimas” – muitos choravam
O Jornal de Brasília deu em manchete, matéria do seu correspondente no Sul – – CATÁSTROFE PODERIA TER ALCANÇADO GRÊMIO E CAXIAS . Além da delegação do Grêmio, o elenco do S.E.R Caxias esteve perto de embarcar no voo 3054 da TAM para São Paulo, de lá para Maringa, no Paraná, onde enfrentaria o ADAP/Galo na quarta-feira, pela Série C do campeonato brasileiro, mas embarcou no dia seguinte ao acidente. O voo dos jogadores do Caxias mudou a rota e desembarcaram em Curitiba, onde os passageiros souberam da tragédia. Conforme Gustavo Reck -( assessor de imprensa) o elenco ficou muito emocionado -” Nós poderíamos ter sido vítimas” – e muitos choraram. Até terça-feira a noite o Caxias ainda não havia decidido se seguiria de Maringa de ônibus ou de avião – optando Mela primeira hipótese
A equipe estava na lanterna do grupo 16, já que perdera os dois jogos que disputou na Terceirona contra Joenville e Esportivo de Bento Gonçalves. Hoje, o Caxias disputa o Gauchão podendo sagrar-se campeã do Estado se abater o Grêmio na final. Perdeu a chance de ingressar na série C do Brasileirão numa derrota incrível para o América-RN, ao tomar 2 golos nos minutos finais perdendo por 2 X.1