HOLANDA – “CARROCEL” QUE MUDOU O FUTEBOL

HOLANDA – “CARROCEL” QUE MUDOU O FUTEBOL

SELEÇÕES IMORTAIS – ENCANTARAM MAS NÃO LEVARAM

 

Nos anos 70 a Seleção da Holanda era cantada em prosa e verso, encantando por onde se apresentava, esmagando os adversários sem dó nem piedade .Com todo esse cartaz ela chegou para disputar a Copa de 1974 em Munique, na Alemanha Ocidental –  como franca favorita. Vinha coberta de glórias, reeditando o famoso estilo que o técnico . Rinus Miichels, implantara no Ajax O esquema lembrava uma versão melhorada da tática Húngara de 54

Carrocel – futebol total apelidado de “manada” onde dez defendiam e depois os dez atacavam sem posição fixa,. ocupando todos os espaços.

Chamada de Carrocel, porque os jogadores não tinham posição fixa e circulavam pelo campo buscando sempre o gol, a própria razão de ser do jogo. Era uma equipe extremamente tática –  bola rolando de pé em pé em jogadas ensaiadas com admirável talento coletivo.. Futebol bonito, harmonioso e eficiente insinuava ser orquestra regida pelo maestro  Johan Cruyff –  craque na acepção da palavra. Era uma proposta de jogo em que todos atacavam e todos defendiam Pressionavam o adversário no campo de defesa na saída da bola e atacavam com enorme velocidade, esbanjando  tiros potentes e enorme pontaria nos arremates, .Um conjunto que revolucionaria conquistando adeptos e criava para o futebol um cenário que encantava.

Johan Cruyff- a estrela carimbada desta constelação maravilhosa.

Em sua primeira partida na Copa de 74 a surpresa não ficou na vitória (2×0 contra o Uruguai) mas na confirmação de uma variação tática durante o jogo. Era comum os volantes no ataque, os meias como atacantes aumentando a pressão sobre  os adversários no seu próprio campo, coisa que aconteceu durante toda a Copa, sem uma formula  capaz de fazer parar a verdadeira máquina de triturar, Pela cor das camisetas, marca registrada do time, em homenagem a monarquia holandesa, recebiam a alcunha de “Laranja Mecânica” que se coadunava com o filme da época, sucesso de bilheteria no mundo.

A lendária Seleção da Holanda -da Copa de 74. Jogava por música transformando o campo de jogo num iluminado salão de baile, encantado em cada exibição – até o time alemão desligar as luzes e o sonho transformar- se em pesadelo . Restou a lembrança – maior do que os próprios vencedores.

A modernidade das ações logo se traduziu em resultados, como 4×0 ante a Argentina, (dois golaços de Cruyff) e 2×0 frente ao Brasil, que  trazia a fama de tricampeão do mundo do certame anterior, abatendo também a Alemanha Oriental pelo mesmo escore. O encontro decisivo  aconteceu no Estádio Olímpico de Munique, reunindo  Holanda e Alemanha Ocidental, com contornos gigantescos. No final, o time alemão liderado por Franz Beckenbauer e Gerd Muller conquistou uma vitória histórica pelo escore de 3×2,com golo nos últimos minutos, num lance polêmico, até hoje contestado pelos apaixonados do “Time Total”

O treinador Renus Michels – Maestro do conjunto holandês – cabeça pensante da tática que maravilhou, perdendo apenas na partida final (3×2) para os donos da casa com a validade do último golo até hoje discutida.

Mais uma vez, a sina de uma das maiores equipes da história do futebol mundial  de não vencer, endeusado pela crítica e amado pelo grande publico, virou lenda – Os perdedores até hoje ficaram mais lembrados que os verdadeiros campeões.

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