O TRIANGULO MÁGICO E A VARIG

O TRIANGULO MÁGICO E A VARIG

Berta cria o Triangulo Magico e a Varig mostra a cara  para o mundo.

O Voo Triangular ganhou personalidade com a expressão Triangulo Mágico, introduzida por Berta. Representava o significado matemático, onde o desafio é o objetivo a ser cumprido através de um plano de ação. Quanto mais difícil o desafio, maior o esforço para alcança-lo.
Com a criação do Triangulo Mágico bolado por Berta,  nos  anos 60,  o passageiro através do inusitado plano do Voo Triangular, tinha a grande oportunidade de, ao viajar à Europa, ir ou voltar via Estados Unidos pela Varig,  com apenas um módico  acréscimo na tarifa de ida e volta.  Ao  invés de visitar apenas um único continente visitava dois  O passageiro planejava inteiramente na Varig, fazendo o roteiro e as paradas que desejava, escolhendo uma das companhias  com as quais a Varig mantinha trafego mútuo.  A marca Varig passou a se mostrar nos anúncios  conjuntos, veiculados em cada pais – membro, com visibilidade fantástica, (custo zero) numa  jogada típica do gênio criativo de Berta.
Ao invés de visitar um único continente, você visita dois e paga módico acréscimo na tarifa de ida e volta
Nos anos 60, Berta tinha passe livre junto aos presidentes das grandes empresas aéreas filiadas a IATA. Ele tornou-se parte integrante da cúpula da organização. Buscava afanosamente o crescimento. Com o Super Constellation (1955) e em seguida com a chegada do Caravelle, em 1959, a Varig tornou-se pioneira na era do jato na  América Latina, façanha que poucos, até então, tinham alcançado –  tudo chancelado  com a presença do Boeing-707 no ano seguinte, que lhe dava oportunidade para pensar alto. Sua presença nas reuniões da IATA, muitas vezes chamado para compor a mesa diretora, representa credencias de liderança, sempre disposto a distribuir seu saber com colegas de todo mundo da aviação. Sua credibilidade  era cartão de visitas que ultrapassava fronteiras.
.
Na ânsia de fazer a Varig tornar-se adulta, ele tinha pressa. Numa das reuniões, da IATA lançou  ideia revolucionária que vinha martelando em sua cabeça.  Reunir as grandes companhias num pool de intenções formando um grupo voltado ao interesse comum na área de ocupação de assentos e transporte de carga, cobrindo um vazio que empacava o ganho. Lançada em plenário, logo teve a adesão de marcas significativas, nascendo um comitê liderado pela Varig, para encontrar um “modus vivendi” , analisando viabilidade e possíveis perdas e ganhos. Os contatos sucederam-se com resultados promissores. A receptividade foi  instantânea por parte das congêneres da América do Norte, Europa e do Oriente Médio, todas também interessadas em penetrar no mercado promissor da América do Sul. Foram fechados acordos bilaterais reforçando a introdução do  “Triangulo Mágico” com voos combinados entre as operadoras estrangeiras e a Varig. A Europa e os Estados Unidos logo aderiram ao programa, sendo acertadas participações de  empresas renomadas, em número de uma dezena. – parceria fundamental para o incremento dos negócios da Varig, com ganhos para o comercio internacional do nosso Pais.
Com o Caravelle e Boeing – 707, nos anos 60, anúncio da Varig mostrava a modernidade da frota alcançando as Três Américas e antecipando estudos do símbolo do que seria Triangulo Mágico, num projeto mundial, colocando a companhia brasileira no rol das grandes congêneres inter
Entre as negociações consideradas mais estratégicas estava o Oriente Médio. Era prioridade  para a VARIG, o que lhe valeu concretizar valioso acordo com a JAPAN  AIR LINES. Juntamente com Maurício Soares  –  representante da Varig nos Estados Unidos e gerente  da filial de Nova York, Berta tratou  numa reunião em Tóquio, do incentivo  de tráfego mútuo entre as duas empresas combinando, igualmente, a propaganda reciproca entre os dois países. O tráfego entre os Estas Unidos e o Japão, também servido por quatro grandes companhias americanas evidenciava a nipônica JAL  como a mais jovem entre todas elas. Um fator importante é que detinha 30% do tráfego aéreo com sete voos semanais entre São Francisco, Honolulu e Tóquio, dando cobertura total aos voos domésticos no Japão.
Mantendo a tradição histórica de parceria com a Varig, a Lufthansa (foto) foi a primeira companhia filiada a IATA que aderiu ao plano do Triângulo Mágico (passagens, carga e correspondência
Já de inicio, várias empresas ligadas a IATA deram adesão ao programa, interessadas no mercado promissor da América do Sul. Assim como a AIR FRANCE (vendendo Rio- Nova York, vice -versa).TWA (com conexão entre Europa e Estados Unidos) KLM (de Nova York até Londres e outras capitais da Europa) ALITÁLIA (com serviços cobrindo Europa, Ásia, África e Estados Unidos, saindo de Roma) IBÉRIA ( chegando a Madrid e as capitais da Europa) entre outras, que tornaram o Triangulo Mágico. uma inovação que consagrou a VARIG
O objetivo do acordo visava, ainda, incentivar o ingresso de imigrantes para o Brasil, que já contavam com mais de 300 mil patrícios radicados em São Paulo. País diminuto contabilizando no fim dos anos 50, cerca de 80 milhões de habitantes, os japoneses sentiam imperiosa necessidade de procurar outras terras e o nosso pais era visto como um verdadeiro paraíso. A campanha promocional elaborada pela VARIG — JAL, marcou época. Foi massiva e criativa abrangendo vários tipos de mídia, consagrando-se pelo comercial da TV, ” – Urashima Taro. A Varig manteve escritório em Tóquio, com excelente desempenho. Tempos depois, com a  conquista de novos espaços a ambição da Varig  chegou a cobiçar a volta ao mundo. Os acordos de trafego mútuo continuaram sob modernas configurações e o Triangulo Mágico passou a ser uma página virada no livro das recordações bem sucedidas, numa somatória de episódios capaz de transformar a modesta Varig em gigante do transporte aéreo, sem nunca perder a essência da personalidade  -Viação Aérea  Rio-Grandense
Entre o Brasil e o Japão a viagem mais cômoda e rápida é via Nova York ( tráfego mútuo)
Comments are closed.