DECADA DE 70 NA VARIG

DECADA DE 70 NA VARIG

BERTA  E ERIK – CICLO DE OURO  QUE SE COMPLETA

A década de 70 ficou conhecida como a complementação da época de ouro da Varig, iniciada por Berta nos anos 60. Sob a batuta de Erik de Carvalho a empresa teve um desenvolvimento avassalador. Tornou-se a maior empresa aérea privada do Brasil, e do mundo, fora dos Estados Unidos Recebeu o título de melhor serviço de bordo do planeta e  mesmo sofrendo dois sérios acidentes não teve seu prestigio técnico abalado. Depois da era de Berta foi a gestão de Erik de Carvalho a mais duradoura (14 anos) e também a mais proveitosa, dando a Varig um grande impulso. com a aquisição de modernas máquinas, como o Boeing – 727, trijato para linhas domésticas iniciando a troca dos equipamentos a hélice pelo jato puro. Posteriormente, foram utilizados, também, nas rotas internacionais da empresa  para a  América Latina, Miami e Cabo Verde, sendo alguns repassados para cargueiros, graças a sua incrível versatilidade.

 

 

Ainda em 72, em dezembro, dois fatos marcantes aconteceram -sendo que um deles me tocou profissionalmente > reeleição de Erik de Carvalho  por mais quatro anos,, mesmo sofrendo a pressão de Conselheiros antigos, propugnando  pelo nome de Harry Schuetz, (a sua revelia) e a criação do Museu Histórico da Varig, obra admirada e aplaudida por todos, que reforçou meu portfólio para eleição unânime (300 votantes) como membro do Colégio Deliberante da Fundação Ruben Berta

 

O ano de 1974 foi especial para  todos nós da Grande Família Varig quando a empresa recebeu o primeiro dos quatro Douglas D-10, encomendado dois anos antes, para substituir o Boeing – 707. Foi o primeiro Wide Body (dois corredores) a ser utilizado por uma companhia na América Latina. Pela autonomia e  velocidade, passou a fazer também as  rotas de longo curso, chegando até Tóquio. Estas aeronaves reuniam na época, a mais sofisticada tecnologia em propulsão, aerodinâmica, estrutura, eletrônica de bordo e nos sistemas de controle de voo, além de luxo e conforto. Pelas características da aeronave a opinião de Erni Peixoto, então diretor de Telecomunicações, passou a ter  influência na escolha final. Logo passaram a operar nas principais linha  internacionais de longo curso chegando até Tóquio com destacada atuação

 

Mas foi a aquisição da Cruzeiro do Sul, pela Fundação Ruben Berta, em 1975, o suporte que colocou,  definitivamente, a Varig como empresa de bandeira, consolidando sua marca entre as mais qualificadas no mundo da aviação. Inicialmente as empresas firmaram um consórcio de representação  mantendo cores e nome nas aeronaves  garantindo os “Slots” ( faixas horárias que as companhias podem usar para decolar e pousar)  passando a voar separadas, embora juntas,- “Voando Juntas” com assinaturas conjuntas com racionalização de voos e horários, coisa que teve fim em 01/01;/1993. quando a Cruzeiro deixou de existir.

Em 1976, na véspera de completar seus 50 anos de existência, a Varig sofreu duro golpe quando o Banco Central  promulgou a Resolução Geral do Câmbio, reduzindo de maneira drástica o movimento internacional . A queda na demanda foi amenizada pela racionalização da frota com a saída do Avro – a operação passou a ser feita somente com aviões a jato ( exceção do Electra, na Ponte Aérea) Por sua vez os voos domésticos tiveram significativo aumento, gerando equilíbrio

Apesar das dificuldades, a administração de Erik de Carvalho ficou consagrada pela criação da Rio – Sul, tornando-se um marco na aviação. A empresa foi fundada pela Varig e Top Taxi- Aéreo (24;/08/76) atendendo determinação da SITAR – órgão criado pelo governo para regularizar o Transporte Aéreo  Regional no Pais

O ano de 1977 foi celebrado pela comemoração do aniversário dos  50 anos da Varig, ganhando  sotaque gaúcho. O comercial para TV foi feito em Porto Alegre, na pista do Salgado Filho, com a participação da Banda Marcial do Colégio São João, que mostrando um garbo notável acabara de vencer concurso nacional realizado em São Paulo, encantando o nosso pessoal da Superintendência de Propaganda, que enviou â capital gaúcha  equipe para cumprir o roteiro do filme. Dentro do visual da campanha foi idealizado  um selo dos 50 anos que passou a acompanhar o material criado para comemoração do evento Na mesma época a infraestrutura técnica ganhou ênfase com a ampliação das oficinas do Galeão, tornando-se o maior centro de manutenção da América Latina.

No entanto, duras lembranças para a Varig .estavam reservas para a década. Em  30 de janeiro de 1979  aconteceria o desaparecimento do Boeing – 707  ( PP – V LU) ao decolar de Tóquio sem jamais ser encontrado, tendo no comando o mesmo piloto que realizara, em 1973, o pouso de emergência no voo 820 em Paris com o Boeing – 707 prefixo PP-VJZ com 123 pessoas a bordo, num doloroso sinistro aéreo, coisa que apesar da gravidade da situação, nunca chegou a ´por em dúvida o prestígio da empresa, qualidade da manutenção e  eficiência dos seus tripulantes.

Quando ainda respirava os ares da sua vitória pessoal, no inicio dos anos 80, inesperadamente, Erik de Carvalho foi acometido por um derrame que paralisou o corpo e sua fala , definitivamente, ficando impossibilitado de cumprir seu mandato, vindo a falecer (04/05/84) deixando seu nome gravado em letras de ouro, na história da aviação comercial brasileira.

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