1957 – ANO EMBLEMÁTICO PARA A VARIG (1/2)
O DOMÍNIO DOS ARES
Na euforia das comemorações, Berta antecipou no mega jantar planos secretos que viriam a se confirmar na véspera da sua morte.
O ano de 1957, foi emblemático para a Varig, quando comemorava seus 30 anos de existência. Berta, transformava uma empresa regional, dando passagem para uma conquista pioneira na era do jato. Já vivia o pleno desenvolvimento com o Super Constellation revelando a cara para o mundo, conquistando Nova York e se credenciando para a consagração, com o Caravelle e o Boeing-707. A sociedade gaúcha vivia um momento de euforia antevendo o significado desta conquista política ,cultural, comercial, industrial, e turística, num intercâmbio de negócios das riquezas do Rio Grande. Dentro desse ambiente, com jeito de festa, os 30 anos da Varig eram aclamados, através de homenagens, eventos e jantares. Eu vivia tudo àquilo com o entusiasmo dos recém-iniciados no fascinante mundo da aviação.
* Na véspera do seu 30º aniversário a Varig foi homenageada pelas classes produtoras do Rio Grande do Sul, com um banquete de 300 talheres, que reuniu as mais expressivas personalidades do estado. Ruben Berta ocupou o lugar de honra e agradeceu a homenagem proferindo vibrante oração, dando ênfase ao momento brasileiro, principalmente sob o aspecto econômico e medidas para cerem tomadas para garantir o nosso progresso aeronáutico. Informou que a Varig estava se empenhando para tornar o serviço mais próximo às classes menos favorecidas, ampliando o transporte de carga aérea. Afirmou que a companha já tinha serviço noturno em algumas linhas e sua rede, com planos de ampliá-las cada vez mais. a propósito de aumentar a utilidade operativa dos aviões e evitar o encarecimento das tarifas
* No tocante ao material de voo, Berta informou :” Temos que progredir para os mais rápidos aviões turbo-hélices, dos quais já pedimos a importação de oito, para 52 lugares cada um .Eles serão colocados nas linhas da costa, dentro de um ano e meio, acelerando o transporte de passageiros para média horária de 550 km”. E deu a notícia: “Linhas para a Europa estão na programação da Varig, se, e para quando o governo federal proporcionar-nos as respectivas concessões .Para 1960 programamos a introdução de modernos aviões de jato – propulsão para mais de 100 passageiros, a velocidade horária de 900 quilômetros para serviços internacionais que então estiverem a nosso cargo. A aquisição desses aparelhos só estão dependendo por parte da Superintendência da Moeda e do Crédito, subindo a operação financeira ao total de 22 milhões de dólares. Vislumbramos ainda a extensão das asas brasileiras, não só a Europa, como ao Oriente.”
* Berta agradeceu ao governo e a Assembleia Legislativa do Estado, onde encontrava para a realização deste programa um impressionante espírito de colaboração. Segundo ele, o mesmo acontecia com as bancadas de estado na Câmara dos Deputados, no Senado e numerosos gaúchos que em postos de alta administração federal honraram o nosso estado com sua atuação. E concluiu: ” Quanto mais percorro o mundo tanto mais motivos encontro para amar nosso país e dentro dele respeitar o Rio Grande do Sul, pelo exemplo da sua gente”.
* A Varig repercutiu a passagem do seu aniversário realizando uma campanha promocional para a mídia impressa e eletrônica. Criou um selo de 30 anos, cercado por louros. Entre os anúncios, um deles apareceu na revista do Globo, editada em Porto Alegre, com a chamada – 30 anos doando asas ao progresso No texto afirmava que a mentalidade pioneira que inspirou seus fundadores prevaleceu nestes 30 anos em todas as atividades da empresa. Falando do início com os hidroaviões, até a chegada dos modernos Super Constlletion, citava ainda a instalação do jato-propulsor em 1953, nos C-46