BERTA E O BOLICHO DA FUNDAÇÃO

BERTA E O BOLICHO DA FUNDAÇÃO

As  visitas de autoridades no Parque de Manutenção tinham Berta como  cicerone. Ele levantava cedo e com o roteiro elaborado pela Propaganda começava a fazer a inspeção. Nessas ocasiões encontrava defeito em tudo – coisas que só ele  via. Certa vez, numa dessas verificações de rotina, ele entrou no armazém que a Fundação mantinha junto aos Estaleiros – botou a cabeça para dentro e gritou:” Como vai esse Bolicho? Um rapaz, recém admitido, que se esmerava para colocar tudo em ordem, resmungou na penumbra: “Isso aqui não é bolicho, vê como voce fala. Berta olhou e saiu de fininho, sem retrucar.. Mais tarde, advertido pelos colegas, o funcionário soube quem era o intrometido. Sentiu-se demitido, coisa que nunca aconteceu.

Tempos depois, esse mesmo rapaz, quando se encontrava no Rio de Janeiro à serviço, deu de cara com Berta, que atirou sem cerimônia :” E aquele Bolicho como vai?  virou as costas sem esperar resposta e desapareceu. Essa pequena história contada por Nelson Carvalho Cruz, um dedicado e veterano colega da Fundação, serve para mostrar de como  Berta era imprevisível e quanto admirava quem trabalhava com afinco e gostava do que fazia. Serve para reforçar, também, o fato da sua prodigiosa memória fotográfica e a incrível capacidade de reter informações, das mais complexas às mais simples

Esse artigo faz parte do livro Berta – Os anos dourados da VARIG
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