ANO NOVO…
Aos seguidores da nossa
Grande Família Varig
Com fraternal abraço de Ano Novo
Do companheiro e amigo
Mario da Varig
Aos seguidores da nossa
Grande Família Varig
Com fraternal abraço de Ano Novo
Do companheiro e amigo
Mario da Varig
Na Varig, as crianças tinham certeza. – Papai Noel existia. Era de carne e osso, como a gente. Tinha uma enorme barba branca e falava a nossa língua. Estava sempre sorrindo e trazia junto um enorme saco, repleto de presentes para distribuir para as crianças comportadas Em vez de trenó ou carruagem, chegava do céu,.de helicóptero, o que garantia a certeza que ele era um ser alado.
Dificilmente uma criança filho de variguiano deixava de ter um natal feliz. O pátio de Fundação se transformava num enorme circo repleto de atrações, com sorteios ´presentes, e muita cosa para comer e beber. Em dezembro, havia sempre uma grande festa natalina…O clima de alegria começava já na entrada, com a distribuição de cartelas que davam direito a participação em toda a programação. Tudo começava as primeiras horas da tarde e se estendia até ao anoitecer na expectativa da chegada do Papai Noel vindo mesmo do céu, para confraternizar com todos nós, num passe de mágica que encantava.. Foram instante inesquecíveis , que nos vem a lembrança junto com os filhos depois passadas aos netos, num romance de gerações, O pessoal voltava para casa orgulhoso da sua empresa..
Na época, a Varig vivia instantes de grande expansão. Introduzira o Super Constllation para Nova York Conquistava a hegemonia do Jato com o Caravelle, logo depois confirmada com a presença do Boeing-707, vencendo a famosa guerra David x Golias que travara com a gigante americana Panam Era um momento de euforia, que Berta, usando o endomarketing, que dominava como poucos, transformava os eventos de fim do ano, em encontros memoráveis de confraternização, num abraço fraterno entre o homem e o coração da máquina. Para fechar com chave de ouro as festas de fim de ano, Berta mandava distribuir cestas com iguarias para a mesa dos colaboradores mais humildes brindarem com os familiares o sucesso no trabalho, saudando as perspectivas para o Ano Novo que se aproximava, revigorando forças para novas conquistas.
Passando-se os anos, a Varig tornou-se uma companhia internacional distribuindo seus tentáculos pelo mundo. Os grandes encontros tornaram-se singulares e a comunicação passou a ser comandado através das “House Organs”, e a grande mídia pelo rádio e finalmente pela Televisão -. Nesse quesito a Varig construiu uma imagem que conquistou gerações, com a criação de um filme exibido até a sua última hora de existência, durante décadas – Estrela Brasileira, representou um símbolo natalino Ele só começava para a grande maioria das pessoas, quando a musiquinha da Varig era tocada com imagens que se renovavam a cada ano, ganhando a maior audiência jamais igualada por algum tipo de mensagem neste mesmo tema, no mundo.
https://www.youtube.com/watch?v=G1VT3B7LW7U
https://www.youtube.com/watch?v=obEFYxT8Y4E
A partir dos anos 50 o tema seria privilegiado pela Varig ganhando destaque, até atingir o apogeu com a criação para a TV da série Estrela Brasileira, ( com alguns arranjos especiais e consagrados interpretes,) sempre com a mesma música e letra por várias décadas, batendo recorde mundial.
Aos companheiros do nosso Bllog .
Nos festejos de fim de ano
ACIMA DE TUDO VOCÊ
Papai Noel voando a jato pelo céu
Trazendo um Natal de Felicidade e
Ano Novo cheio de prosperidade.
VARIG ! VARIG ! VARIG !
Dia 14 de dezembro de 1966, era um domingo radiante de sol. Da grande janela do Edifício da Varig no Rio de Janeiro, a paisagem convidava para mais um belo fim de semana dedicado ao lazer. Na sala da presidência., no entanto, o clima era outro. Uma máquina não pode parar. Ele era assim. Não media tempo, nem hora, nem esforços que o afastassem do dever– e levava junto seus fiéis seguidores, auxiliares diretos da diretoria.
Dava os últimos retoques para a reunião do Colégio Deliberante dos Funcionários, que seria realizada em Porto Alegre. Considerava um marco na existência da companhia. Resolvera afastar-se da presidência, assumindo outras funções. Decidira indicar substituto – Erik de Carvalho, que buscara da Panair, em 1955, pela sua capacidade no trato de assuntos internacionais, quando diretor no sindicato das empresas aéreas, dando-lhe cargo em uma das diretorias. Logo adiante Berta trouxe-o para mais perto, na função de assessor da presidência para assuntos de sua restrita competência, acompanhando o crescimento da Varig no Brasil e no mundo.
Era uma lacuna que até então seus companheiros históricos não tinham conseguido preencher. Sua capacidade de trabalho e liderança lhe rendeu uma posição na vice- presidência, Foram apenas onze anos de uma carreira vertiginosa, causando algum mal estar junto aos postulantes históricos. .Representava uma virada de paradigma Até então todos os cargos postulantes, indicavam a presença de componentes da diretoria, com raízes históricas na empresa, todos gaúchos.
De um a hora para outra o dia ficou nebuloso para a Varig. Acometido de mal súbito em plena mesa de trabalho, Berta sentiu-se mal. Apesar dos primeiros socorros veio a falecer. A noticia correu célere e ganhou manchetes no mundo da aviação, estarrecendo a grande Família Varig, quando soube, como todo o Rio Grande, prestar-lhe suas ultimas homenagens. A morte de Berta, agora lembrada, ocorrida há 55 anos atrás, reverenciando a figura de um imortal, como tudo aconteceu, suas consequências, num ano trágico para a Varig ( perdendo seus grandes líderes, Otto Meyer e Ruben Berta) é assunto para ser debulhado, como as contas de um rosário, nas edições futuras do nosso Blog.
Com o sorriso habitual, corado e ótimo aspecto, Ruben Berta, presidente da Varig, assistia, no Salão Nobre de “O Cruzeiro”, o cerimonial de batismo dos quadros pelo Embaixador Assis Chateaubriand destinados ao Museu Regional do Nordeste. Lá estava ele ao lado do “Velho Capitão”, companheiro de tantas viagens, ligado por laços de firme amizade, prometendo levar os tesouros de arte, como já fizera antes, sobre as asas dos aviões da “Pioneira”, para o seu destino. Parecia forte o moço com os seus 59 anos, cabeça e alma de uma empresa poderosa.
Alguns dias mais tarde, a notícia que interrompe os programas de rádio : ” Faleceu, vítima de um ataque cardíaco, na sua mesa se trabalho, Ruben Berta ” E nós, colaboradores e amigos encontramos no hangar da manutenção de Santo Dumont, o seu ataúde. Na luz inquieta das velas, debaixo do cristal, descansava quem nunca tivera tempo para isto
“Acredito na sua palavra” – disse o senhor Otto Ernest Meyer, no fim da nossa conversa. “Acredito, mas prefiro que “mein junger Mann ( o meu rapaz”, verifique o que você nos possa realmente oferecer”. Dia seguinte, maio de 1937, o “rapaz” do diretor da Viação Aérea Rio-Grandense, tocou a campainha do meu estúdio fotográfico. No edifício Renner em Porto Alegre, sentou no chão e assistiu a projeção dos filmes, amostra de um trabalho previsto para a jovem empresa de aviação. Apresentou-se como Ruben Berta – embora na realidade não fosse mais, simplesmente, “o meu rapaz” do senhor Otto Meyer, pois já ocupava o cargo de procurador. Mas, passados alguns anos de existência da empresa continuou vivendo assim, como se nela tivesse começado: pau para toda obra – “mão direita” de um diretor, que criado na mais rígida disciplina prussiana procurou realizar um plano bastante doído para a época – abrir nos confins do Rio Grande do Sul, mal servido de estradas de ferro, pessimamente de estradas de rodagem, através da aviação comercial.
No seu gênio teutônico viu essa possibilidade somente no trabalho abnegado – dele e do mais dedicado dos seus servidores. Entusiasmou o rapaz Ruben, descendente de família teuto -brasileira humilde e confiou nele forjando-o ao seu modo : trabalho com “T” maiúsculo, disciplina militar, ligado a um único ideal:: dominar os ares do Rio Grande do Sul. O futuro parecia tão incerto quanto as águas traiçoeiras do Guaíba. Os incrédulos chegaram a predizer um funesto fim aos planos fantásticos da conquista do espaço aéreo… Como na previsão da cigana todos os maus agouros não vingaram
Ed Keffel (revista O Cruzeiro)
O lado humano – Berta alertava
CUIDADO QUANDO TUDO VAI BEM !
Simples. É o caso do chofer que deixa de lubrificar o carro porque tudo vai bem. Os motores engripam por isso. O problema esta em saber como “lubrificar homens”. O óleo é o lado humano. Chama-se atenção pessoal, consideração, palavra de reconhecimento, gesto de compreensão, interesse pelos problemas profissionais, ou mesmo pessoais, dos elementos da equipe. Num ambiente sem problemas, o problema germina como semente espontânea. O descuido nasce por si próprio.. A desatenção surge quando menos se espera.
Grande supervisor não é aquele que resolve problemas do pessoal. É, sim, aquele que evita que os problemas surjam. Como bom chofer não é aquele que manda substituir o motor gripado, e sim aquele que evita essa despesa não esquecendo de lubrifica quando tudo vai bem. Quando tudo vai bem, o dirigente pega cuidadosamente sua almotolia e vai lubrificar seus homens, um por um, de modo a manter-lhes vivo o interesse pelo trabalho. Quem manda deve saber quando a quebra moral se instala no íntimo das pessoas, às vezes apenas por que dentro delas se adensa uma forma de solidão inexplicável.
Inexplicável, talvez não. Essa atmosfera aplica-se pela falta de comunicação. Porém de uma ideia errônea: de que ninguém mais está olhando para a capacidade e a dedicação posta na execução do trabalho – de que ninguém mais está apreciando àquilo que a gente faz. É sempre o mesmo problema de lubrificação humana. Homem moralmente isolado é como vinho bom que azeda e torna-se vinagre. Capacidade de liderança é manter em funcionamento o grupo humano, sem deixar que nenhuma das unidades azede e contamine as demais. A demasiada tranquilidade, quando tudo vai bem, acabará provocando que tudo vá mal. O bom supervisor não cai nessa. Lubrifica os seus homens com a mesma regularidade que a seção de manutenção lubrifica as máquinas – CUIDADO
QUANDO TUDO VAI BEM
* Mensagem reservada, enviada por Berta aos Supervisores da Manutenção, nos anos 60.
Matéria em pauta
O PESO DE CADA ACIDENTE FICAVA ENTRE A CRUZ E A ESPADA. – ÊRRO TÉCNICO OU FALHA HUMANA ???
Berta tinha convicção da resposta, causando polêmica. AGUARDEM ! !.
Documento revela episódio vivido por Erico no Estado Novo
Fichado de comunista pelo DOPS, Erico, primeiro presidente da ARI, viveu momentos dramáticos em defesa da liberdade de imprensa. Acusado pelo lançamento do seu romance Caminhos Cruzados, retratando de forma crua os contrastes entre pobres e ricos, o livro, que acabou ganhando o prêmio da Fundação Graça Aranha, foi considerado imoral e subversivo por setores mais conservadores da sociedade gaúcha, sofrendo, inclusive, boicote na comercialização.
Outra razão para que se tornasse mal visto pelos órgãos de repressão do Estado Novo, foi que Erico Verissimo, na mesma época, assinasse um manifesto antifascista, condenando a invasão da Abissínia por tropas de Benito Mussolini e pedindo o fechamento no Brasil, da ação Integralista. O escritor foi intimado a depor nos órgãos de segurança pública passando por momentos constrangedores e ameaças veladas, sendo orientado a não assumir o cargo de primeiro presidente da ARI (Associação Riograndense de Imprensa), coisa que não aconteceu. Ao contrário, sua principal tarefa como presidente da ARI, passou a lutar pela liberação de jornalistas presos pelo regime. Em março de 1937 quando entregou o cargo de presidente ao sucessor indicado, jornalista Dario Rodrigues, diretor da Agência Brasileira – Órgão noticioso do Governo Federal, marcando um momento nebuloso da história do nosso jornalismo e da comunicação social no país.
O chamado Estado Novo, na era Vargas, foi implementado em novembro de 1937, inspirado num regime ditatorial do modelo nazi fascista europeu, então em moda na época. Representou a última fase do governo, iniciada com Governo Provisório e Governa Institucional, e teve seu fim somente em 1945.
Foi comunicado a população brasileira por meio do programa de rádio Hora do Brasil (que existe até hoje) Antes, em 1935, alguns militares associados a ideologia comunista da Aliança Liberal Libertadora, criada por Luiz Carlos Prestes, haviam feito um levante contra o governo, conhecido como Intentona Comunista, sendo rebelados. Nasceu daí uma crise na política brasileira, onde o comunismo passou a ser considerado perigo iminente – um inimigo da pátria.
Ainda, em 1937, veio à tona o chamado Plano Cohen, com detalhes da revolução comunista para o Brasil, apoiada pela União Soviética, que na verdade não passava de um ardil dos militares ligados a Vargas, comandados pelo general Góis Monteiro, visando a segurança nacional contra a ameaça comunista. Para enfrentar o perigo iminente, foi implantado, através da Constituinte de 1937( Polaca) o golpe do Estado Novo.
As ações atingiram diretamente as instituições democráticas. O Congresso Nacional foi fechado, bem como as assembleias estaduais e câmaras municipais, sendo lavrada nova Constituição, que recebeu o apelido de “Polaca”. Getúlio Vargas tornou-se presidente do Brasil sem sequer fazer parte de um partido político, pronunciando à frase celebre –“ O governo sou eu” condenando a lógica de uma minoria, impondo a centralização do poder, o nacionalismo, anticomunismo e seu autoritarismo. Para consolidar sua imagem, Vargas engendrou um setor capaz de consolidar sua imagem e exercer forte controle sobre os meios e comunicação, nascendo dai o DIP, (Departamento de Imprensa e Propaganda), dirigido pelo jornalista e intelectual Lourival Fontes, com largo poder de penetração na sociedade. Ele criou 19 de abril (aniversário de Vargas) o dia do presidente, obrigando os meios de comunicação a enaltecer a figura de Getúlio e referendar sua atuação no governo.
O poder executivo passou a ter o controle sob as demais estâncias com pleno apoio das lideranças militares e beneplácito popular, conquistado por uma série de ações como a criação da Justiça do Trabalho (CLT), com a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional e Companhia Vale do Rio Doce, implantação da nova moeda – (Cruzeiro) e participação na Segunda Guerra Mundial, a favor dos Aliados, com a FEB (Força Expedicionária Brasileira).
Na época, Erico Verissimo teve que enfrentar não somente o DIP, como outra sigla temida pela truculência- DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social) criada para prevenir e combater crimes de ordem pública e social que colocassem em risco a segurança do estado.
Segundo o livro – Associação Riograndense de Imprensa ( Rosemari Schwarz Rossi) a gestão dessa primeira diretoria da ARI transcorreu num período complicado da história nacional e mundial. A revolução na Espanha, sobre estremecimentos e inquietações entre países, formavam um quadro sinistro prenunciador dos horrores da IIª Guerra Mundial. No Brasil, os atritos entre extrema direita e extrema esquerda viviam sua primeira etapa. O clima político da nação exigia uma visão ampla e continua, aliada a perspicácia em pautar as atividades dessa associação, numa época de repressão. A tarefa mais importante na gestão de Erico Verissimo foi a contínua presença juto às autoridades no sentido de obter a liberação dos associados detidos ou de melhorar-lhes as condições de carceragem. Cite-se, ainda, o trabalho assistencial efetuado junto aos familiares destes associados.”
Frases de Erico Verissimo –
” Os esquerdistas sempre me acharam acomodado”
” Os direitistas me consideram comunista”
” Os moralistas e reacionários me acusam de imoral e subversivo”